domingo, 4 de setembro de 2011

SAUDADES DA IPANEMA E SUA GAROTA

Do Leme ao Pontal, não tem nada igual às praias da cidade do Rio de Janeiro. Lindas e paradisíacas atraem os moradores e turistas de todo o mundo. Copacabana a princesinha do mar e Arpoador com suas pedras, cada uma tem seus encantos. Mas entre todas, Ipanema conseguiu um charme especial, desde que uma garota, passou cheia de graça, exibindo um lindo balanço a caminho do mar. Tudo ficou mais bonito e iluminado. A beleza que era apenas das águas de Iemanjá, invadiu as lojas, os prédios e os lares.  Passear por Ipanema se tornou um hábito. Olhar “a moda”, admirar outras garotas que passaram a desfilar por suas ruas e calçadas, atraídas pelo encanto do lugar. Um espaço democrático, aquele cantinho  do Rio de Janeiro. Gente de todas as partes do Brasil e do mundo. Os idiomas se misturando numa babel alegre e feliz. Ipanema se transformou num território sem preconceitos e até de resistência política, quando nos tempos da ditadura, se ousava desafiar o regime dos abacates, torcendo para que um dia fossem tomates. Aos domingos passear pela feirinha de artesanato, para comprar ou apenas admirar os quadros, as roupas, os móveis produzidos pelas mãos de trabalhadores artistas. Aguardar o ano inteiro pela Banda, cujas madrinhas se inspiraram na eterna deusa Leila Diniz. Ver o por do sol sentado na areia macia, é prazer inenarrável
Um tiro. Manchas de sangue na calçada. Choro e tristeza. Mais um assalto e mais um cidadão é brutalmente assassinado. Um homem, um arquiteto, um brasileiro. Descrito pelos vizinhos como tranqüilo, simpático e trabalhador. Gostava de chamar os amigos de “campeão” observando que todo campeão precisa cuidar da saúde. Rômulo Castro Tavares morre. É mais uma vítima que irá fazer parte das estatísticas da criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. Hoje, dia 4 de setembro, domingo, não há garotas caminhando rumo ao mar. O sol se escondeu entre as nuvens e o dia está cinza. Ipanema chora, está de luto. Perdemos o Rômulo, e com ele  a alegria, o prazer e  o  direito à liberdade. Que essa data signifique mudança! As ruas e as praças são do povo trabalhador. Nossas garotas de Ipanema ou de qualquer outra praia, não podem deixarrr de caminhar e inspirar poetas.

                                         Ah, porque estou tão sozinho
                                         Ah, porque tudo é tão triste
Salve Tom Jobim! Obrigado pela poesia!
Aplausos para Rômulo Castro Tavares, nosso campeão!
Edison Borba!








Um comentário:

  1. Como sempre dando um show com suas sabias palavras meu xará. Pena que esse é o cotidiano da nossa linda cidade, que mais uma vez tinge seu chão de vermelho. Grande abraço do seu amigo e xará Edison Daniel

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