segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FALECIMENTO



  • : "Um rojão daquele não tem enPróximoAn

Comunicamos o falecimento do Senhor Santiago Ilídio Andrade de 49 anos, brasileiro, trabalhador, casado e residente na cidade do Rio de Janeiro. O cidadão deixa esposa e filho.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a sua morte  foi causada por um acidente provocado por um objeto inflamável lançado durante os protestos contra o aumento das passagens de ônibus aqui na cidade maravilhosa. 
Santiago era profissional da imprensa, lotado numa famosa rede de televisão, onde exercia o papel de cinegrafista. Trabalhador competente, cidadão cumpridor de seus deveres,  eleitor e pai de família. Sua morte aconteceu durante o exercício de sua profissão. Com uma câmera no ombro, ele filmava os acontecimentos no meio da multidão. Repetindo uma jovem apresentadora de um telejornal: “Santiago trazia o jornalismo na veia”.
 No Brasil, infelizmente morre tanta gente, sendo uma grande maioria de trabalhadores e trabalhadoras, que corremos o risco de acrescentarmos mais esse nome na lista e nas estatísticas da violência e amanhã esquecermos o fato. A banalização da vida humana no país está se tornando tão comum, que somos capazes de assistirmos aos noticiários nas horas das refeições e não perdemos a fome.
Este episódio, em especial, aconteceu  dentro da casa de milhares brasileiros, que naquele momento assistiam aos telejornais. Foram cenas inimagináveis! Um cidadão trabalhando quando um rastro de fogo o atinge. Ele ainda se curva segurando a sua câmera e cai. Se fosse um filme, teria que ser proibido para menores.
Uma onda de indignação tomou conta do país, da mesma forma que em 2011, outro cinegrafista de televisão também foi assassinado durante a sua jornada de trabalho. Vítima, de  bala perdida,  Gelson Domingos da Silva,  morreu durante  uma operação da polícia, na favela de Antares, na Zona Oeste  do Rio e Janeiro.
Santiago e Gelson, brasileiros, casados, cinegrafistas, trabalhadores que morreram no exercício de suas profissões.  A eles os nossos respeitos e as suas famílias a nossa dor.

 
Infelizmente sabemos que apesar do esforço de algumas autoridades, este acontecimento corre o risco de se perder nos arquivos policiais e nos nossos cérebros.
Dizem que nós brasileiros temos memória curta, que a nossa alegria contagiante nos leva esquecer rapidamente. Porém, que pelo menos estes fatos, fiquem registrados nos jornais, livros, revistas, blogs e outros meios de comunicação para que Santiago e Gelson façam parte da História de um país que ainda luta por um processo democrático.
 
 
Edison Borba

 

 

 

 

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