domingo, 23 de fevereiro de 2014

O SANTUÁRIO

         Uma criança perguntou-me onde ficava o santuário de Deus. Seguindo meus instintos respondi que era no céu. Apontei para cima e indiquei as nuvens como o lugar da morada do Senhor. Porém, o menino não se conformou com a resposta e insistiu na pergunta. Tentei buscar explicações falando das estrelas, da lua e dos astros, mas não o convenci.
O curioso garoto calou-se por um instante e voltou a questionar as minhas respostas. Ele queria uma informação mais consistente, algo que não estivesse tão longe. Pensei nas  igrejas sempre citadas como sendo a casa de Deus. Investi nesta resposta, contando para o curioso guri, que Deus habitava as igrejas, que Ele estava em todas elas, não importando qual religião. Deus não seguia nenhum grupo especificamente, Ele pertencia a todos.
Essa informação acalmou a criança, porém não a satisfez completamente, ele era questionador, era curioso e inteligente. Havia uma dúvida naquela cabecinha infantil, que o tornava um pesquisador mirim.
Calou-se por alguns minutos e voltou a questionar, perguntando: - “se Deus mora nas igrejas, por que as pessoas que as frequentam, brigam com outras de outras igrejas?”
Tentei escapar de falar das guerras religiosas, das contradições que existem entre os seguidores das diversas religiões e das contradições que durante anos, dividem Deus em vários segmentos, que em nada representam a sua verdadeira imagem, mas o garotinho insistia em suas perguntas.
Já ficando cansado de buscar tantas respostas, resolvi sentar-me junto ao menino e conversar sobre os ensinamentos de Deus. Busquei na memória, os dez mandamentos e usando palavras simples, falei de bondade, lealdade, amor, respeito, caridade e de tantos outros sentimentos que deveriam se transformar em ações. Expliquei que na escola, ele deveria ser gentil com os colegas, dividir a merenda, ser cuidadoso com as palavras e amar a todos os que estivessem ao seu redor. Comentei sobre os animais, que Deus fica feliz quando cuidamos dos animais e das plantas, e por fim falei da natureza. Fiz um discurso calmo usando palavras de fácil entendimento.
O menino ficou mudo por alguns instantes e a seguir falou: agora eu sei onde fica a casa de Deus. Sei onde ele mora e porque as pessoas dizem que ele está em todos os lugares. Eu fiquei feliz, ficaria livre de tantos questionamentos, e arrisquei perguntar: “- então me diga onde Ele mora?”
O garotinho, com um lindo sorriso de felicidade, afirmou com muita convicção: “Deus está em nossos corações!”
 Edison Borba

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