Uma
criança perguntou-me onde ficava o santuário de Deus. Seguindo meus instintos
respondi que era no céu. Apontei para cima e indiquei as nuvens como o lugar da
morada do Senhor. Porém, o menino não se conformou com a resposta e insistiu na
pergunta. Tentei buscar explicações falando das estrelas, da lua e dos astros,
mas não o convenci.
O
curioso garoto calou-se por um instante e voltou a questionar as minhas
respostas. Ele queria uma informação mais consistente, algo que não estivesse
tão longe. Pensei nas igrejas sempre
citadas como sendo a casa de Deus. Investi nesta resposta, contando para o
curioso guri, que Deus habitava as igrejas, que Ele estava em todas elas, não
importando qual religião. Deus não seguia nenhum grupo especificamente, Ele
pertencia a todos.
Essa
informação acalmou a criança, porém não a satisfez completamente, ele era
questionador, era curioso e inteligente. Havia uma dúvida naquela cabecinha
infantil, que o tornava um pesquisador mirim.
Calou-se
por alguns minutos e voltou a questionar, perguntando: - “se Deus mora nas
igrejas, por que as pessoas que as frequentam, brigam com outras de outras
igrejas?”
Tentei
escapar de falar das guerras religiosas, das contradições que existem entre os
seguidores das diversas religiões e das contradições que durante anos, dividem
Deus em vários segmentos, que em nada representam a sua verdadeira imagem, mas
o garotinho insistia em suas perguntas.
Já
ficando cansado de buscar tantas respostas, resolvi sentar-me junto ao menino e
conversar sobre os ensinamentos de Deus. Busquei na memória, os dez mandamentos
e usando palavras simples, falei de bondade, lealdade, amor, respeito, caridade
e de tantos outros sentimentos que deveriam se transformar em ações. Expliquei
que na escola, ele deveria ser gentil com os colegas, dividir a merenda, ser
cuidadoso com as palavras e amar a todos os que estivessem ao seu redor.
Comentei sobre os animais, que Deus fica feliz quando cuidamos dos animais e
das plantas, e por fim falei da natureza. Fiz um discurso calmo usando palavras
de fácil entendimento.
O
menino ficou mudo por alguns instantes e a seguir falou: agora eu sei onde fica
a casa de Deus. Sei onde ele mora e porque as pessoas dizem que ele está em
todos os lugares. Eu fiquei feliz, ficaria livre de tantos questionamentos, e
arrisquei perguntar: “- então me diga onde Ele mora?”
O
garotinho, com um lindo sorriso de felicidade, afirmou com muita convicção: “Deus
está em nossos corações!”
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