sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

UMA DIFÍCIL ESCOLHA!

           Minha intenção ao entrar na loja era apenas  comprar “shampu”. Um produto simples que normalmente é usado para lavar os cabelos.
Confesso que tento ser uma pessoa prática. Só vou às compras quando “tenho certeza” do que preciso. Não sou o tipo de freguês que faz o vendedor revirar todas as vitrines para comprar um par de meias. Normalmente sei o que quero e do que não gosto de usar. Não me ligo muito nas marcas e quanto ao preço, algumas vezes me preocupo com esse item. Sou atencioso com a validade, principalmente nos itens relacionados aos alimentos. Sou cauteloso e verifico nas embalagens o dia de fabricação e a durabilidade do que pretendo comprar.
Considero-me um cliente simpático e atencioso com os balconistas. Procuro, sempre que possível, exibir sorrisos e nunca, esqueço-me de cumprimentar e agradecer à gentileza dos atendentes. Algumas vezes, dependendo do vendedor, até que “rola” uma ligeira conversa sobre o clima ou outro assunto que não seja religião, política ou futebol. Evito complicações!
Voltando ao caso do “shampu”,  para minha surpresa, quando cheguei à frente da prateleira do procurado produto, deparei-me com uma infinidade de tipos e variedades do tal “lavador de cabelos”. Minha primeira tarefa foi não confundir  “shampu” com condicionador. O vidro de um deles estava de cabeça para baixo, enquanto o outro se posicionava normalmente, isto é, de cabeça para cima. Feito esse reconhecimento,  concentrei-me no que eu queria.
Não imaginava que havia uma infinidade de marcas, cada uma indicando um tipo de cabelo. Eu  não sabia que havia tantos tipos capilares, para mim, cabelo é cabelo e nada mais que isso. Comecei observando os rótulos e suas indicações: “shampu” para hidratação, brilho, restauração, proteção, cabelos secos, oleosos, mistos, tingidos, quebradiços, compridos, lisos, cacheados, grisalhos, louros, pretos e recém - pintado.
Uma lista quase telefônica, para identificar um simples produto para higiene capilar!
Diante de tantas variedades, “deprimi”. Descobri naquele momento que eu não sabia que tipo de cabelo eu “usava”. Eu, que já perdi as contas, das vezes que olhei-me no espelho, não sabia distinguir o que estava sobre a minha cabeça.
Como comprar um produto sem saber se era o indicado para o meu tipo de cabelo?
Procurei me controlar usando técnicas que aprendi num curso de meditação.
          Mais calmo voltei a olhar para aquela variedade de ofertas. Observei que havia mais desdobramentos: “shampu” para combater a caspa e outro para ser uado após o tratamento, um específico para cuidar das pontas e outro especialmente para manter o colorido das madeixas. Mais confuso eu fiquei e quase em prantos busquei a ajuda de uma gentil atendente, mas qual, a simpática jovem não pode me ajudar. Com muito cuidado, orientou-me a voltar para casa e buscar informações. Discretamente, aconselhou a ajuda de um dermatologista.
Saí da loja sem saber o que eu tinha dentro da cabeça e também o que estava sobre ela. Fiquei atônito e desorientado. Quase em desespero, e não querendo entrar em pânico,  procurei um barbeiro e raspei a cabeça!
Edison Borba
 

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