Passe a grana, “to” mandando!
Se reclamar, leva chumbo.
Vai morrer sem sentir dor.
Tu é “troxa” meu amigo,
Tu é otário, um coitado,
Trabalhador sem valor.
Passe a bolsa, vire o bolso,
Se folgar vou te “queimar.
Agora quem manda sou eu,
Te passo bala, sem dó,
Nem quero nem saber teu nome.
Adubo tu vai virar, e minhoca alimentar.
Eu, se pegar a “cana”, não fico, nem por um mês.
“Tô” falando “to” dizendo,
Sou protegido por lei.
Sou “di menor seu “Dotô”
Não sei o que “tô” fazendo
Sou criança, inocente, sou coitado,
Vivo desamparado, brincando com arma pesada.
Cada dia aprendo mais, a roubar e a furtar
Às vezes, tenho até, que “matá”, “sem”(??!!) crueldade,
Aquele que não entende que também sou cidadão,
“Tô” cumprindo com as “lei” do tráfico aqui da cidade
Faço isto sem maldade, sou criança adolescente,
Protegido pelo ECA , que eu não sei o que é,
Mas aprendi com os “camarada” que é coisa bem bacana,
Tira a gente da “cana”e coloca a descansar.
Na escola nunca fui, mas sei assinar meu nome,
Aprendi a soletrar só pra poder assaltar,
Passe logo a sua grana, que não posso demorar.
Ainda tenho um dia todo para muito trabalhar.
Obrigado seu “Dotô” pela contribuição,
Eu também “tô” trabalhando, sou orgulho da nação!
Esse é, o meu, tal cotidiano.
Todo dia e semana, muita coisa pra “fazê”
Tenho que agir rápido, antes de ser “ di maior”
Infelizmente amigo, dezenove tá chegando.
Preciso ganhar uma grana, pra viver lá cidade.
Ser cidadão de “responsa”, só pegar “mina” grã-fina.
Numa boa vou viver, talvez seja candidato.
Para o povo defender, posso até ser respeitado.
Ser bandido aplaudido, até discurso fazer.
E outro cotidiano, a minha vida vai ter!
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