quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

VANDALISMO PRÉ-PAGO

           Estarrecedor é a única palavra que me ocorre para definir tal situação. Pagar mais de cem reais para  algumas pessoas  vandalizar, depredar, incendiar, destruir e colocar vidas em risco é impossível de definir. A partir desta denúncia, a tão sonhada democracia escorre pelo ralo como água da chuva. Provavelmente, além do dinheiro, esses “cidadãos” devem receber orientações para agir. É provável que haja algum tipo de cartilha da violência.  
Faz-nos lembrar, os tempos da ditadura, quando nas reuniões de sindicatos, passeatas, salas de aula,  fábricas e escritórios havia o perigo dos infiltrados. Eram indivíduos que além de fazer o papel de “olheiro” também eram treinados para provocar distúrbios.
Em se provando a veracidade desta denúncia, que envolve partidos políticos, ONGS e organizações criminais a situação que envolve a morte do cinegrafista passa a ser extremamente séria. Há que se pesquisar o nascimento de um grupo, criado e financiado  com o objetivo de cometer vandalismo. A violência que explodiu em diversas cidades brasileiras, com pessoas agindo de forma semelhante é assustador e aponta para um tipo de organização extremamente perigosa.
Todas as vezes que o mundo entrou num conflito, no início a situação não foi tratada com a devida seriedade. A perda do controle sobre essa massa que recebe lavagem cerebral é extremamente perigoso para a liberdade de um país.
A democracia está ameaçada, a população assustada e os legisladores estagnados, mantendo nas gavetas propostas para criminalizar o vandalismo durante passeatas e atos públicos e democráticos.
A república brasileira está encurralada; de um lado milicianos, traficantes, justiceiros e  os vândalos subvencionados e do outro lado a população. Estamos em ano eleitoral, ano de Copa de Mundo, às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos e continuamos assistindo diariamente o aumento da violência em todo país. Todos os dias, os jornais noticiam fechamento de vias públicas, ônibus incendiados, protestos aliados a distúrbios, vandalismo, patrimônio público e privado sendo danificado, e apenas ações pontuais da polícia, que apaga os incêndios, mas não atua diretamente no foco do problema. As UPPS que foram instaladas em algumas comunidades cumprem o papel de ocupadores, mas para chegar até a pacificação, ainda está faltando muito.  Ocupou, mas não pacificou! As carências continuam a existir, permitindo ao poder paralelo exercer  funções do estado. O financiamento do vandalismo é também uma consequência da falta de políticas mais concretas que possam caminhar além da instalação de cabines (UPPS). Faltam escolas, creches, saneamento, transporte público de qualidade entre tantos outros benefícios que sempre estão citados por milhares de brasileiros. Já perdeu-se a conta das vezes que este discurso foi proferido!
Quando o jovem suspeito de acender o artefato que matou o cinegrafista, foi preso, ele repetiu as mesmas palavras várias vezes para uma jornalista que tentava entrevistá-lo: “sou trabalhador, ando de trem, o país precisa de saúde e educação”. Palavras ditas num vazio assustador. Era um boneco repetidor de palavras demonstrando a falta de compreensão dos seus significados. Lavagem cerebral?
Estarrecedor! Quantos trabalhadores irão morrer, para que as autoridades percebam que estamos diante de uma situação extremamente perigosa? Não se trata apenas de pessoas com o rosto coberto, mas sim de uma organização que age bem longe das ruas, mas que possui garras possantes capazes de atingir o coração da democracia brasileira.
Edison Borba

Nenhum comentário:

Postar um comentário