Novamente o Rio de Janeiro enfrentou uma
madrugada de violência. A comunidade da Rocinha
viveu momentos difíceis, que se refletiram na cidade, gerando problemas
no túnel Zuzu Angel, e auto estrada Lagoa Barra. Na troca de tiros, entre
bandidos e policiais, dois comandantes de UPPs ficaram feridos, numa
demonstração que ainda existe uma forte resistência dos traficantes quanto à
chegada das Unidades de Pacificação. Desde a implantação da primeira UPP, o que
temos acompanhado é um ritmo diferente entre a ocupação e a pacificação.
Batemos sempre na mesma tecla: pacificar inclui educar, atender as necessidades
básicas da população, saneamento, creches e saúde pública de qualidade. Somos repetitivos, e incansáveis no sentido de
alertar, que o país precisa urgentemente rever suas ações políticas para com o
povo. As desigualdades sociais ainda é um dos veículos de manutenção da
criminalidade e da ação de traficantes. Discursos não enchem a barriga, não
trazem a paz e a tranquilidade.
Colocar soldados nas ruas, aumentar o número de
tropas é apenas um paliativo, a ousadia dos bandidos está cada vez mais
acentuada, na razão direta da incompetência dos administradores. A pobreza não
é a raiz da violência, porém, as desigualdades fomentam o crescimento de grupos
que se colocam na condição de protetores e mantenedores dos desvalidos, gerando
como bola de neve a cultura de violência.
A madrugada violenta na Rocinha foi um
sinal de alerta de que não basta instalar UPPs, é necessário muito mais do que
colocar policiais de plantão, prontos para a luta, sem semear e plantar as
verdadeiras árvores da paz.
Edison Borba
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