domingo, 1 de maio de 2016

AYRTON SENNA



Acelera Ayrton!

Acelera corações!

Acelera Brasil!

Acelera mundo!

Os domingos com Ayrton eram acelerados. Pela manhã, todos se preparavam para pilotar um carrão e competir. Nos lares, nas ruas e bares um frenesi envolvia cada pessoa. Paixões explodiam. Ayrton era nosso irmão, nosso filho, nosso amigo. Um brasileiro de nacionalidade múltipla. Ayrton era italiano, japonês, alemão, argentino, australiano ele era o mundo. Em todos os lugares crianças, jovens e adultos explodiam em emoção a cada curva, nas retas, na saída e na chegada quando a bandeira assinalava a sua passagem pela linha da vitória. Ayrton era um Deus que voava pelas pistas levando multidões ao delírio. Mesmo quando não vencia a emoção era a mesma. Ayrton era homem, gente, pessoa, cidadão, trabalhador. Ayrton era e ainda é paixão. Seus olhos tristes e rosto sério, nos levava a reflexão. Mesmo nos momentos de felicidade, quando explodia o champanhe, havia algo sublime naquele CARA. Os domingos nunca mais foram os mesmos depois daquele dia primeiro de maio. Seu carro parou, seu coração parou e o mundo parou. Na Terra fez-se um pesado silêncio. Durante alguns minutos a respiração mundial parou. Um longo e sofrido momento de espera, até a triste revelação. Ayrton havia voado para o céu. Pegou a reta em direção ao paraíso e como um anjo foi morar nas nuvens deixando órfãos milhões de cidadãos. Quis o destino que Ayrton nos deixasse num primeiro de maio. Não podia ser diferente. O trabalhador das pistas. O construtor de sonhos. O carpinteiro de ilusões. O pintor de desejos. O maestro da ternura. O professor de ética. O doutor especialista em alegria e felicidade foi exercer a sua maior função a de unir os mais diferentes povos numa só emoção: PAZ!

Ayrton era paz! Seu trabalho nas pistas era um exemplo de que é possível competir sem destruir. Suas vitórias eram partilhadas até com seus adversários de pista. Hoje, primeiro de maio há uma saudade na gente. Nossos corações ainda guardam as emoções daqueles domingos onde acelerar era o verbo.

Acelera Ayrton! Acelera garoto! Acelera ...

Edison Borba

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