terça-feira, 22 de novembro de 2016

TAMBÉM SOU MULHER

 
 
Aluna da 8ª série do Ensino Fundamental, adolescente, líder, capaz de levar a turma a cometer diversos atos que contrariavam às regras escolares. Aproveitamento mediano, conforme a sua empatia com o professor da disciplina, ela participava das aulas e levava os colegas a agirem da mesma forma, quando não sentia pelo professor nenhuma simpatia, era capaz de causar problemas e ter seus colegas coniventes com suas ações.
Certa vez, ...
uma professora retirou-se da sala aos prantos, e buscou ajuda na sala da Direção. Tinha acontecido algo muito sério durante a sua aula envolvendo a “tal” aluna. Diante da repercussão do fato, busquei saber o motivo de tanto alvoroço na escola. Soube através de outra colega, que a menina ao ser advertida pela professora, enfrentou-a com palavras rudes e concluiu a sua defesa, em relação à reprimenda, com o seguinte argumento: “fale direito comigo, pois sou tão mulher quanto você, também fico menstruada!”
Obviamente, a aluna recebeu alguns dias de dispensa escolar e um convite para que seus responsáveis visitassem a escola. Depois desta confusão e em virtude do castigo recebido, a menina, ao final do ano solicitou transferência para outra escola.
Passado algum tempo, pensei com meus botões: “diante da professora, a orgulhosa garota, líder do seu grupo, precisou encontrar um argumento que a colocasse em igualdade de condições com a sua mestra. Sem dúvida o argumento biológico foi o escolhido, pois se trata de uma função que ao ser iniciada, confere às meninas um passaporte para a estação mulher.
Como é complexo trabalhar com adolescentes, que vivem numa balança, em que uma hora pesa o lado criança e em fração de segundos se sentem adultos. Neste vai e vem psicobiológico o trabalho dos professores é um desafio constante.
Edison Borba

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