quarta-feira, 9 de novembro de 2016

TERCEIRIZANDO A EDUCAÇÃO


Desde o tempo que atuei como gestor, professor e supervisor escolar ficava cada vez mais visível a terceirização da educação. Quando se fazia necessário a presença de um responsável ao colégio, recebíamos geralmente os avós, algum tio, um primo, vizinho e até babás e empregados domésticos. A desculpa quase sempre era o trabalho. Algumas vezes doença, mas a necessidade de manter a vida familiar com as contas pagas e alimentos na mesa, eram responsáveis... pelo afastamento dos pais das atividades escolares dos seus filhos.
Quando esta situação é vista nas classes menos favorecidas, tentamos compreender e busca-se horários alternativos para que aqueles pais possam estar no colégio pelo menos durante as reuniões pedagógicas. Porém, este fenômeno também é uma constante nos grupos das classes financeiramente privilegiadas. Pais que viajam ou os que possuem suas agendas repletas de compromissos sociais costumam terceirizar a educação de seus filhos.
Em ambos os casos os prejuízos são notáveis, crianças e adolescentes necessitam que sua família esteja presente no seu local de estudos e acompanhe junto com a Equipe Pedagógica o desempenho e a relação do filho com o colégio.
Aos poucos, as famílias estão perdendo espaço no processo da educação informal e deixando para os que atuam nos colégios e escolas a condição de educar, no sentido exato da palavra, além de trabalhar com os conteúdos de suas disciplinas.
Terceirizar a educação é uma atitude cada vez mais presente nos lares – infelizmente!
Edison Borba

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