terça-feira, 15 de novembro de 2016

TRÁFICO & ESCOLAS – CASOS PEDAGÓGICOS

 
Diariamente no Brasil uma luta sem trégua é travada entre traficantes e professores, ou entre o tráfico e as escolas. Quem oferece mais atrativos? Quem oferece soluções imediatas para realização dos pequenos “sonhos”? Quem acena com o poder e a força?

 Há tempos que os nossos jovens (meninos e meninas) são atraídos pelo mundo do tráfico, que acena para eles com brilho, fama, força, poder e dinheiro. Por mais que as escolas tentem trabalhar com questões como vida e morte, os alunos, principalmente os meninos, são levados sem pensar em morrer.
Nos anos em que atuei no magistério do Ensino Fundamental e Ensino Médio, perdi alunos, jovens da melhor qualidade, inteligentes e que poderiam transformar-se em cidadãos trabalhadores para a nossa sociedade. Alguns eu ainda lembro os nomes e lembro também da conversa que tivemos antes do abandono da vida escolar. Interessante, que os meninos que se foram, não eram os que causavam problemas comportamentais. Garotos sérios, estudiosos, geralmente bons com os números da matemática. Das meninas, recordo a gravidez precoce e a alegria de ter sido a escolhida pelo tráfico. Lembro de uma aluna, que compareceu ao colégio com a sua mãe, que chorava porque a sua filha (que demonstrava alegria) iria sair também de casa para morar com o grande chefe do tráfico.
Esses casos pedagógicos foram marcantes na minha vida, principalmente quando um dos meninos, diante da minha insistência para que ele ficasse na escola, coloquei-me à sua disposição para conversar com a chefia do tráfico, para que ele fosse dispensado, ele apenas me respondeu: “professor em vou ganhar em uma semana mais do que o senhor ganha durante um mês”.
Chorei!
Edison Borba

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