quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O LÁPIS O PAPEL E O HOMEM.


 
Era uma vez um homem, trabalhador, mãos calejadas e pele queimada pela exposição ao sol, que encontrou uma folha de papel em branco. Por algum motivo, ele resolveu guardar aquela alva folha. Com carinho, a esticou passando sua mão sobre ela. O tempo passou e ele numa das suas atividades encontrou um lápis, lindo e apontado. O homem se apaixonou por aquele objeto que ele nunca tinha tido a oportunidade de ter. Ele sabia da existência dos lápis e até que alguns tinham as cores do arco íris. Encantado com seu achado, ele levou o lápis e o colocou junto à folha em branco.

 Todos os dias ao retornar da luta, ele tirava da gaveta, o lápis e a folha, e delicadamente ficava admirando-os. Um dia, ou melhor uma noite, após retornar ao seu lar, lá estava ele com seus amigos, o lápis e a folha. Sem pensar muito, o trabalhador segurou o lápis entre seus dedos, de maneira desajeitada e sentiu que ele conseguia prender o objeto, com a mesma força que ele segurava a sua enxada.
Cauteloso ele aproximou o lápis da folha em branco e sentiu vontade de “escrever”, mas como escrever se ele era analfabeto. Sua cabeça era cheia de ideias, mas elas não conseguiam sair da “cachola”, porque ele não sabia desenhar as letrinhas. Mesmo assim, vencendo o medo, ele deixou o lápis escorregar sobre a folha e como num lindo bailado, viu surgir diante de seus olhos rabiscos, traços e linhas. Neste momento uma lágrima escorregou de seus olhos e pingou sobre a folha. Uma gotinha de água que brotou de seus olhos marcando a folha que já não era mais branca, nela estavam registradas suas primeiras ideias.
Como decifrar aquele emaranhado de riscos e traços e entre eles a marca de uma lágrima. Foi emocionado que o homem, pegou entre suas mãos a folha e o lápis e caminhou em direção a um lugar que ele conhecia de nome – ESCOLA.
E foi assim, que o homem de mãos calejadas e pele queimada pelo sol, descobriu a arte da escrita e da leitura, porque no castelo escolar haviam seres mágicos chamados professores que o ajudaram a desvendar os mistérios da escrita e da leitura.
Hoje o trabalhador, após cada jornada de trabalho, não vive mais sozinho, os livros são seus companheiros e amigos e dentro da sua cabeça germinam sonhos, grandes sonhos, que ele sabe um dia irá realizar.
Edison Borba

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