É assustador, deprimente e lamentável.
Eu assisto aos programas do horário eleitoral, não quero pecar pela omissão,
faço questão de ver e ouvir a voz e os planos de cada candidato. Cada dia que
paro e vejo aquele desfile pela tela do meu televisor, convenço-me que está
difícil, muito difícil escolher. Há de
tudo, para todos os (mau) gostos, principalmente no grupo que pretende uma vaga
de Deputado.
É constrangedor vermos homens e
mulheres, repetindo palavras, que eles nem sabem o real significado. Papagaios
treinados para emitir estranhos sons. Algumas palavras são preferidas pelos
candidatos: saúde e educação. Eles oferecem para os eleitores saúde e educação
como algo que poderia ser comparado em latas ou em caixas, nos mercadinhos da
cidade. Oferecem segurança como se para cada cidadão houvesse um policial.
Alguns gritam, outros cantam. Há os
que juram por Deus, usando o seu santo nome em vão. Juram pelas almas de suas
mães que irão ajudar os professores, médicos, garis, taxistas, motoristas e
todos os trabalhadores do estado do Rio de Janeiro.
Quanto mais se aproxima o dia 5 de
outubro, mais tenso eu fico, tentando achar uma agulha no palheiro, separar o
joio do trigo, encontrar honestidade e sinceridade nas propagandas dos candidatos.
É patético, ouvir: eu farei! Eu faço! Eu já fiz!
Às vezes pergunto-me: onde estavam, tantas figuras exóticas?
Impossível crer nas bobagens e
baboseiras expelidas pelas bocas dos representantes dos mais variados partidos!
Tentei ouvir através do rádio, sem a presença das imagens, pensando que
seria mais suave e crível apenas escutar, mas foi em vão. Tudo continuou
apavorante!
Continuo acreditando que até o mês de
outubro, conseguirei encontrar aqueles que merecerão meu voto. No momento está complicado,
difícil fazer a escolha. Alguns rostos
são conhecidos de outros anos. Outros são conhecidos por serem profissionais da
música, teatro, jornalismo, futebol ou
pertencer a algum grupo religioso. Estes tentam usar suas imagens para obter um
salário melhor. Personagens que estão esquecidos pelo público e, portanto, encontrarão na política uma forma de melhorar
de vida.
Tenho ainda alguns dias para uma decisão,
que poderá ser fatal e condenar-me a um
período de quatro anos de sofrimento.
É assustador!
Edison Borba
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