A
ONU, através de uma resolução, reconhece que os seres humanos; tem o direito à
felicidade, ou pelo menos buscá-la. Será que esse sentimento poderá ser
alcançado através de uma imposição legal? Mas o que realmente é felicidade?
Buda,
líder religioso assim a define: - “Milhares de velas podem ser acesas de uma
única vela e a vela não será encurtada. Felicidade nunca diminui ao ser “compartilhada”.
Para esse grande líder, trata-se de “algo” que ao ser dividido e partilhado não
diminui.
Para
o francês Voltaire, “é a única coisa que podemos dar sem possuir”. Incrível
essa observação. Fica bem claro neste pensamento, que não estamos lidando com
algo material.
Porém,
analisando a resolução da ONU, percebemos que o decreto parte do princípio, que
os habitantes de uma comunidade carente, serão menos felizes do que os
moradores de outra, de grande poder aquisitivo. Esse pressuposto não pode ser
rejeitado. Existem situações básicas para a espécie humana, que deveriam ser
parte integrante da vida de todos. Higiene, educação, saúde, alimentação e
moradia digna, são alguns fatores que mesmo não sendo responsáveis pelo
sentimento de felicidade, melhoram as condições de sobrevivência de qualquer
cidadão, propiciando a manifestação desse sentimento. É difícil ser feliz com a
barriga vazia e devendo aluguel.
Aqui
no Brasil, já se pensa numa proposta que coloca para o Estado a
responsabilidade da felicidade dos cidadãos. Claro, que os seus autores, se
baseiam na sobrevivência biológica. Na satisfação de princípios básicos para a
manutenção da saúde e do bem estar. Visto dessa forma, essa proposição, apesar
de filosoficamente não corresponder à realidade, usa de artifícios para obrigar
o País a tratar de forma digna o seu povo.
Mas o
que é felicidade? Guimarães Rosa nos diz o seguinte: -“Felicidade se acha é em
horinhas de descuido”. Lindo! Não se planeja ser feliz. Esse sentimento surge
sem que estejamos esperando por ele. Vinicius de Morais a definiu
maravilhosamente: -“A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo
ar. Voa tão leve, mas tem a vida breve”. Aparece nas horinhas de descuido e
quando nos damos conta, já passou. Ela é o caminho e não a chegada. É tão
simples e sutil que só a percebemos, quando a perdemos. Está em cada um de nós
e não há como descrevê-la. Pode estar no abraço do amigo, no sabor de um
chocolate, no beijo apaixonado, na liberdade de pensar ou na conquista de um
objetivo. Cada um tem a sua própria forma de ser feliz! É algo que chega sem
que estejamos esperando e numa fração de segundos, nos abandona.
Mesmo
com contradições, a ONU, através de uma resolução, nos forçou a refletir sobre
as diferenças sociais encontradas em nosso mundo. Melhorar as condições de vida
de milhões de seres humanos poderá não lhes garantir o sentimento de
felicidade, mas pelo menos irá melhorar o caminho a ser percorrido para
consegui-la.
E
para você? O que é felicidade?
Edison
Borba
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