Oswaldo também conhecido como Vadinho,
é o meu pai. Nasceu em 1911 e faleceu em 1996. Guardo lembranças do tempo que
convivi com ele. Quando criança, ele era um gigante para mim. Forte musculoso,
não por frequentar academias de ginástica, mas pela profissão que exercia:
açougueiro. Capaz de levantar um machado com apenas uma das mãos. Para os olhos
de um menino, aquele homem era um deus. Até hoje lembro, mãos fortes e um anel
de ouro com a imagem de São Jorge na mão direita e na esquerda uma pesada
aliança de ouro, sinal de sua relação com minha mãe.
Homem tranquilo, trabalhador,
ostentava um bigode, que nos lembrava a sua origem portuguesa. Aos domingos, sentado à cabeceira da mesa, tendo os filhos,
mulher, sogra, cunhados e sobrinhos ao seu redor, era um rei. Gostava de ter a
casa cheia de parentes e amigos,
deixando sempre um lugar à mesa para quem chegasse. Havia nele o prazer de
alimentar com o produto do seu trabalho a todos que o procurassem.
Mesmo sendo de poucas palavras, seu
Oswaldo nos ensinava através de seus atos. Honestidade, ética, amizade e tantas
outras condições humanas, que sempre fizeram dele uma pessoa admirada pelos que
o conheciam. Capaz de dividir o pão com todos os que o procurassem, atitude que
encontrava em minha mãe uma grande parceira.
Eu e meus irmãos aprendemos que
partilhar é um ato de amor ao próximo.
À medida que crescia, mais admirava
seu Oswaldo, fui entendo aquele homem silencioso, mas que era capaz de pequenos
gestos para transmitir o seu amor pela família. Servir o café, dividir o pão,
preocupar-se com a alimentação de cada um dos filhos, era uma forma sutil de
mostrar carinho.
Acordava cedo e partia para sua
jornada de trabalho. De segunda a segunda Vadinho, seguia para a luta, com
chuva, sol, calor ou frio. Capaz, de carregar sozinho, grandes e pesados,
fardos de carne e trabalhar em gelados frigoríficos sem reclamar.
Nunca ouvi de meu pai, qualquer tipo
de palavra que não fosse de prazer pelo seu trabalho e sua família.
Hoje, dia 10 de agosto de 2014, após
tantos anos de sua partida, ainda sinto a sua falta. Tenho saudade do seu café,
do aperto de sua mão e do contato com seu corpo quando trocávamos abraços. Às
vezes, percebo que repito em minha rotina atos que o lembram.
A vida é interessante, faz com que
passemos a reproduzir aquilo que ficou em nossa memória.
Agradeço a ele, que ao lado de minha
mãe, educou-me e aos meus irmãos não apenas com as matrículas escolares, mas
acima de tudo com bons exemplos de cidadania.
Obrigado meu pai!
Edison Borba
Linda homenagem, querido Edson. Seu pai, com certeza, recebeu essas palavras em forma de luz e está muito feliz. Bjs.
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