terça-feira, 26 de agosto de 2014

COMUNIDADES

        O termo comunidade, no dicionário significa um espaço onde as pessoas de vários lugares vivem. Também pode ser definida como grupo de pessoas com interesses comuns, exemplo: comunidades científicas.
Essas e outras definições podem ser encontradas, porém todas levam a grupos de pessoas que convivem em torno de interesses comuns.
Atualmente, esta  palavra  ganhou importância e  bairros e favelas foram substituídos por comunidade. No Rio de Janeiro, em especial, convivemos diariamente com informações e notícias envolvendo comunidades pacificadas e não pacificadas. Rocinha, Alemão, Pavãozinho, Santa Marta, Serrinha, Mangueira entre outras ocupam diariamente as páginas dos noticiários.

São as comunidades horizontais que se espalharam por grandes espaços, algumas chegando às alturas, desenhando na cidade verdadeiros presépios, onde grandes labirintos precisam ser atravessados para que os moradores consigam encontrar suas casas.
          Porém, existem as comunidades verticais, os altos edifícios, acumulados em espaços determinados e conhecidos como condomínios. As comunidades das classes A, B e até C, foram batizadas com outro nome, mas, o seu funcionamento é o mesmo das outras, as horizontais. Um grande número de pessoas ocupando uma mesma área e dividindo os mesmos problemas e interesses. Analisando os acontecimentos destes grupos, percebemos que entre seus moradores também existe situações entre os vizinhos envolvendo animais, ruídos, festas, limpeza, manutenção e outros problemas bem semelhantes aos que acontecem na Rocinha, Mangueira entre outras. A grande diferença está no poder aquisitivo, nas roupas, nos móveis e eletrodomésticos. Provavelmente a troca de ofensas acontece com o uso de um vocabulário mais sofisticado, mas as atitudes são bem semelhantes. Adolescentes pouco educados, crianças que fazem barulho, babás e as famosas fofocas, contas atrasados, e muito mais que não é divulgado, como em outros grupos. Na verticalidade dos prédios, o que acontece fica abafado pelas portas dos apartamentos, alguns de altíssimo luxo.
         Talvez, algumas situações que acontecem nas comunidades verticais, fazem com que elas cruzem seus caminhos com a população das horizontais.
Uma vendendo, a outra consumindo.
Uma ganhando dinheiro com o brilho a outra tentando brilhar a qualquer preço.
Uma perseguida pela polícia, na outra a polícia não entra.
Uma dançando o funk, a outra se disfarçando para ir ao funk.
Numa, fazer fumaça, é vício na outra é divertimento.
Numa as periguetes são famosas, na outra as famosas são periguetes.
         E assim, passo a passo, os dois grupos seguem caminhos paralelos, horizontal ou vertical, favelas ou condomínios, “é”  tudo comunidade.
Edison Borba
 

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