O termo comunidade, no dicionário
significa um espaço onde as pessoas de vários lugares vivem. Também pode ser
definida como grupo de pessoas com interesses comuns, exemplo: comunidades
científicas.
Essas e outras definições podem ser
encontradas, porém todas levam a grupos de pessoas que convivem em torno de
interesses comuns.
Atualmente, esta palavra ganhou importância e bairros e favelas foram substituídos por
comunidade. No Rio de Janeiro, em especial, convivemos diariamente com informações
e notícias envolvendo comunidades pacificadas e não pacificadas. Rocinha,
Alemão, Pavãozinho, Santa Marta, Serrinha, Mangueira entre outras ocupam
diariamente as páginas dos noticiários.
São as comunidades horizontais que se
espalharam por grandes espaços, algumas chegando às alturas, desenhando na
cidade verdadeiros presépios, onde grandes labirintos precisam ser atravessados
para que os moradores consigam encontrar suas casas.
Porém,
existem as comunidades verticais, os altos edifícios, acumulados em espaços determinados
e conhecidos como condomínios. As comunidades das classes A, B e até C, foram
batizadas com outro nome, mas, o seu funcionamento é o mesmo das outras, as
horizontais. Um grande número de pessoas ocupando uma mesma área e dividindo os
mesmos problemas e interesses. Analisando os acontecimentos destes grupos, percebemos
que entre seus moradores também existe situações entre os vizinhos envolvendo
animais, ruídos, festas, limpeza, manutenção e outros problemas bem semelhantes
aos que acontecem na Rocinha, Mangueira entre outras. A grande diferença está
no poder aquisitivo, nas roupas, nos móveis e eletrodomésticos. Provavelmente a
troca de ofensas acontece com o uso de um vocabulário mais sofisticado, mas as
atitudes são bem semelhantes. Adolescentes pouco educados, crianças que fazem
barulho, babás e as famosas fofocas, contas atrasados, e muito mais que não é
divulgado, como em outros grupos. Na verticalidade dos prédios, o que acontece
fica abafado pelas portas dos apartamentos, alguns de altíssimo luxo.
Talvez, algumas situações que acontecem
nas comunidades verticais, fazem com que elas cruzem seus caminhos com a
população das horizontais.
Uma
vendendo, a outra consumindo.
Uma
ganhando dinheiro com o brilho a outra tentando brilhar a qualquer preço.
Uma
perseguida pela polícia, na outra a polícia não entra.
Uma
dançando o funk, a outra se disfarçando para ir ao funk.
Numa,
fazer fumaça, é vício na outra é divertimento.
Numa
as periguetes são famosas, na outra as famosas são periguetes.
E assim, passo a passo, os dois grupos
seguem caminhos paralelos, horizontal ou vertical, favelas ou condomínios, “é” tudo comunidade.
Edison
Borba
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