terça-feira, 3 de junho de 2014

MORTE DO CORAÇÃO

           Era um homem das fotografias. Sua vida foi dedicada a registrar as belezas da vida. Pássaros, flores, árvores e paisagens  foram  imortalizados  através das fotos de Claudio Marigo. Seu coração sempre batia mais forte quando seus olhos avistavam algo a ser fotografado. Era verdadeiramente um homem das fotos.
Porém, um dia, após passear entre árvores e pássaros e ter se deliciado com a bela paisagem do Parque do Flamengo, seu coração bateu mais forte. Bateu tão forte que seu peito não aguentou. O homem das fotos. O homem das belezas. O homem que fotografava a natureza, não resistiu e deixou a vida para viver apenas nas fotos que ele imortalizou.
O coração de Claudio, ou Claudio que era só coração, definitivamente integrou-se à natureza que ele tanto amava.
O destino, através de suas armadilhas, conduziu o senhor das fotos para o local onde os corações são tratados. Infelizmente, foi às portas deste local que seu coração morreu.
Fatalidade estranha! Morrer diante do local onde outros corações, recebem  cuidados e são tratados!
Talvez, Claudio Marigo, tenha sido instrumento que o destino lançou mão para que outros corações não morram!
Talvez,  esse estranho fato sirva de reflexão sobre usar o coração, quando algum coração estiver precisando de socorro.
É preciso saber usar o coração, com coração para que outros continuem a bater.
Edison Borba
Em memória de Luiz Cláudio Marigo, 63 anos, que morreu “do coração”, em frente ao hospital de cardiologia, Rio de Janeiro.
 

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