Em 1976, em Montreal no Canadá
realizou-se os Jogos Olímpicos de Verão, na China, o povo chorou a morte de seu
líder Mao Tse-tung , no Brasil as
lágrimas foram provocadas pelas agruras da Escrava Isaura, que na telinha dos
televisores teve a excelente interpretação da atriz Lucélia Santos. Os
ingleses lamentaram a morte da escritora
Agatha Christie, a rainha dos contos de mistério e os brasileiros questionaram
o misterioso acidente automobilístico, que levou à morte o Presidente Juscelino
Kubitschek.
Nas discotecas os corpos balançavam
sob o som de “Fly, Robin, Fly”, enquanto Elis Regina explodia em emoção
cantando “Como Nossos Pais”. Os paulistas vibravam com a inauguração da rodovia
dos Imigrantes e os americanos com o pouso da sonda Viking I no planeta Marte.
Antes do término deste ano bissexto,
uma tragédia passional abalou a sociedade brasileira. Às vésperas do réveillon,
dia 30 de dezembro, no paradisíaco balneário de Búzios, no Rio de Janeiro, uma bela mulher foi assassinada pelo marido. Ângela
Diniz, elegante frequentadora dos mais requintados salões, foi duplamente morta:
seu corpo, atravessado pelas balas de um revólver e sua imagem pelas injúrias
de um país machista.
A morte de Ângela abriu uma terrível
cortina sobre as questões de honra, fidelidade e amor. Seu marido e
carrasco, foi aplaudido ao sair do
Fórum. Homens e mulheres condenaram Ângela, e transformaram o algoz em símbolo
da masculinidade brasileira.
O caso Ângela Diniz, não pode ser esquecido,
nele estão inseridas questões como: matar por amor, matar em defesa da honra,
matar por ciúme e matar porque sou homem - situações que não podem ser
admitidas em nenhuma sociedade.
1976 – ano bissexto – ano de Saramandaia, das
sete notas dez de Nadia Comaneci e da
fundação da Apple Computer por Steve Jobs.
Nas ruas o povo cantarolava Pavão
Mysteriozo.
O tempo passa mas as lições devem ficar!
Quem ama não mata!
Edison Borba
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