sábado, 21 de junho de 2014

SEMPRE ( é ) TEMPO DE APRENDER ...

        Agendas cheias, compromissos muitos, horários a serem cumpridos, dias  repletos por telefonemas, mensagens, emails, torpedos e milhões de outras chamadas que ocupam a vida mas não a completam.
Lemos e não interpretamos, escutamos e não ouvimos, olhamos e não vemos e, assim, dia após dia seguimos sem nos darmos conta, verdadeiramente, da nossa vida e da vida dos que estão junto a nós. Aos poucos,  esquecemos de demonstrar e perceber os amores que nos cercam, desaprendemos a olhar “olho no olho”.
Vemos imagens e fotos e não os rostos. Escutamos mensagens, mas não ouvimos as vozes. Recebemos torpedos e não abraços. Estamos ilhados num mundo de um milhão de amigos virtuais.
Precisamos reaprender a usar nossos sentidos. Ver,  com os olhos. Ouvir, com os ouvidos. Sentir com o coração. Saborear com a pele. Fazer contato, apertar mãos, abraçar e ser abraçado. Aos poucos encobrimos uma solidão surda que nos ensina vagarosamente e gradativamente a simular alegria, disfarçar tristezas, exagerar nos gestos fingindo uma felicidade “internética”
Cada vez mais o mundo nos cobra uma postura saudavelmente muscular. Ser fotografado com ombros caídos e olhos lacrimosos é por em risco, a nossa imagem e a possibilidade de ser deletado e rejeitado dos grupos sociais é apavorante.
Perdemos a naturalidade  estamos sempre ensaiando novas poses. Escondemos as mãos trêmulas e o olhar inquieto. Disfarçamos as angústias, os medos e a insegurança. Aos poucos nos distanciamos do nosso verdadeiro ser, das amizades sem preconceito e do mundo real.
Precisamos reaprender a ser. Precisamos reaprender a ter amigos de pele. Precisamos reaprender a sorrir e a chorar sem  poses para uma nova foto a ser postada no “stagram”.
Precisamos voltar a ser gente normal, comum sem maquiagem e sem fotoshop.
Precisamos reaprender a amar!
Edison Borba

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