domingo, 22 de junho de 2014

REFLEXÕES EDUCACIONAIS ( Ações inusitadas!)

      O Brasil amanheceu diante de uma situação inusitada, em todas as regiões do país, crianças e jovens, estudantes da rede pública de ensino, resolveram cruzar os braços, fechar os cadernos e livros, em protesto contra a situação educacional do país. Até nas creches, os bebês estão promovendo a “choradeira legal”,  um momento em que todos choram ao mesmo tempo, protestando contra a falta de vagas, para outros bebês.
Correspondentes espalhados em todo o Brasil, afirmam que o barulho da choradeira é ensurdecedor e dizem que os bebês já pretendem organizar outra manifestação, que será batizada como “vamos sujar as fraldas”. As professoras crecheiras estão apavoradas com o que poderá acontecer, se esta ameaça vier a acontecer.
A imprensa do mundial volta seus olhos para o ineditismo da situação: pela primeira vez no mundo, são os alunos que exigem respeito  e clamam por melhorias educacionais.
Já se sabe da adesão de escolas particulares, que estão solidárias aos companheiros estudantes  da rede pública e também deverão promover movimentos contra o tratamento desigual e o preconceito social educacional.
A cada momento, numa cidade os brasileirinhos promovem ações, como:
>um milhão de redações para o Planalto. O líder desta ação, um menino de sete anos do ensino fundamental, convoca a todos os colegas a escreverem redações, contando as dificuldades que encontram para estudar e, enviá-las  para o Planalto da Alvorada, alerta para não esquecer de colocar o nome completo, o nome da escola e o endereço, para que fique comprovado a veracidade da carta.
>um grupo matriculado no ensino médio, convoca a todos para a leitura nas praças. Numa determinada hora do dia, em todos os estados brasileiros, as praças deverão ser ocupadas, por estudantes e seus livros. Em atitude séria e educada, todos deverão promover um “estudaço”. Os jornalistas esperam por esse momento único, quando milhares de jovens, lendo pacificamente,  demonstrarão  do quanto querem respeito.
Os políticos, gestores escolares e até mesmo os professores, estão diante do ineditismo histórico desta situação. Crianças e jovens querem vez e voz para exigir respeito aos seus direitos.
Há informações sobre os alunos do ensino técnico, que organizaram planilhas sobre os custos com a educação no Brasil. Analisaram os percentuais e estão para divulgar informações estarrecedoras, que serão espalhadas pelas redes de comunicação.
Até os alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), resolveram aderir ao movimento apoiando as classes mais jovens. Mesmo cansados pela jornada de trabalho e estudos, não querem ficar de fora desta ação, inédita em todo o mundo.
Até o fechamento desta edição especial do  “Reflexões Educacionais”, as informações que chegavam é que o movimento já atingiu escolas da rede rural, localizadas nos municípios mais distantes das capitais e que  estudantes indígenas também aderiram ao movimento.
Impressionante é a organização; tudo acontecendo tranquilamente, sem problemas. Diversas oficinas estão sendo realizadas nas praças e ruas, estudantes jovens ajudam os mais novos, promovendo aulas, gincanas, palestras e várias ações educacionais.
A imprensa tentou encontrar um líder, alguém que estivesse à frente deste movimento que atinge o Brasil de norte a sul, e ficaram impressionados, ao constatarem que não há lideres e sim insatisfações coletivas, e também uma enorme vontade de estudar, aprender para ajudar o país a crescer. Eles sabem que país forte é país educado!
Os alunos brasileiros querem ser tratados com respeito e dignidade. Estão dizendo não aos discursos enganadores, onde eles, os estudantes, são usados indiscriminadamente durante as campanhas eleitorais e depois esquecidos à sua própria sorte.
Estamos diante de um exemplo de consciência coletiva. Não basta ser aprovado, não basta receber um diploma, não basta ter o nome numa lista de chamada, é preciso mais do que isso, é preciso aprender, e para que isto aconteça o país precisa agir imediatamente promovendo uma grande melhoria na qualidade da sua educação.
É hora do consumidor, o estudante, reclamar dos fornecedores: os governos municipais, estaduais e o federal!
Os brasileirinhos querem educação nota dez, em obediência ao que foi exigido pela FIFA, para os atletas do futebol.
Pedem respeito, dignidade e ética para que o processo de ensino e da aprendizagem seja realmente digno de um país que se ufana de ser uma grande economia mundial.
         Vejam a seguir algumas fotos de escolas, que ainda funcionam no país
Edison Borba

3 comentários:

  1. Excelente texto.
    Sempre acredito nessa como sendo a melhor manifestação em prol da educação. A educação por si mesma. Não podemos exigir educação com desrespeito, baixaria, insultos.
    Acredito que deva existir uma movimentação que favoreça à luta por melhores condições de trabalho, estudo, salário e também, que viabilize situações de conscientização à população.
    É necessário que essas pessoas que se veem atingidas indiretamente pelos agravos no cenário educacional- o que é um equívoco- tenham conhecimento de sua força, seus direitos e que podem exigir o que lhe é devido sem recorrer à violência para tal.

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