Em
tempos de euforia pela realização dos Jogos da Copa do Mundo de Futebol,
corremos o risco de sermos considerados “aves de mau agouro”, ou seja, aqueles que só estão satisfeitos quando
o assunto é miséria e morte, apenas por estarmos preocupados com o que
acontecerá nesta Terra, após o apito final no último jogo.
Não
somos contra, muito pelo contrário ...
Acreditamos
que existam muitos outros brasileiros que estão nesta mesma situação: felizes,
com a alegria dos turistas, com a festa nos estádios e com a relação entre os
diversos povos que estão visitando o Brasil. Se este clima de confraternização
fosse uma constante entre as nações, a ONU nem precisaria existir e, o mundo
seria de total paz e harmonia.
Porém,
o que nos emociona e nos leva às lágrimas, não é a chuteira dourada do Neymar, nem os gols que
balançam as redes como o vento, balançando as palmeiras beira mar.
O
que nos faz chorar são os bilhões de
reais que se perderam nos caminhos da organização deste mega evento.
Quando
acordarmos após o último jogo, ficará sobre cada um dos brasileiros uma dívida
infinitamente grande. Teremos doze arenas vazias, e que abandonadas se tornarão
grandes cemitérios.
O
que fazer com os estádios, construídos para apenas alguns jogos?
É
possível, que surjam alguns projetos, para a transformação das arenas em comunidades,
que poderão abrigar as centenas de famílias sem teto. Outra sugestão será
transformá-las em Unidades Escolares, onde brasileirinhos serão acompanhados da
creche até o Ensino Superior. Ou então as arenas se transformarem em grandes
oficinas que propiciem aos trabalhadores exercerem suas atividades criativas,
ou alguma outra sugestão poderá surgir, para dar algum destino útil àqueles
grandes espaços.
Enquanto
isto não acontece, ficamos com a alegria passageira de cada gol. Ficamos na
expectativa da conquista de um hexacampeonato, que alongará os festejos, até o
período das eleições, dando tempo e rendendo votos e dinheiro para que muitos
candidatos possam reinar sobre a Terra da Promissão.
Não
somos contra, muito pelo contrário, somos brasileiros não só no período de Copa
do Mundo, brasileiros 24 horas por dia
durante todo ano. Não vivemos na Europa ou em outro continente, respiramos nesta Terra onde nascemos e que amamos,
apesar de tantos dissabores que os seus dirigentes teimam em nos proporcionar.
Não
somos contra, muito pelo contrário somos a favor de cantarmos o nosso Hino,
todas as vezes que novas escolas e hospitais forem inaugurados, bibliotecas criadas, a fome seja definitivamente exterminada, com a
criação de empregos dignos e que a população possa caminhar pelas ruas, sem
medo de balas que se perdem nos corações de crianças.
Não
somos contra, muito pelo contrário ...
Edison
Borba
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